sexta-feira, 15 de agosto de 2025

 


Ser Pai... / Celso Ferruda

Nem todos concordam, mas ser pai,
É cortar um pouco da calça, mais um pouco da camisa, a manga, talvez;
É ter no íntimo um pouco de mãe... ou quase tudo!
Ser um pouco avô e um tiquinho de tio.
É aprender a embalar, dar carinho e consolar na ausência...
É saber dar ordens, administrar e entregar-se,
Ao carinho do filho; é saber dizer: sim.
Mas também dizer: não!
É tirar tempo para brincar na praça,
Jogar taco na rua, fazer molecagens,
Jogar-se ao chão, imitando bichinhos;
É estourar um balão, correr, apertar a campainha e esconder-se...
Ser pai é abraçar o mundo num sorriso que chega,
É carregar-se de esperanças num abraço caloroso,
É dormir com tranquilidade, sentindo por perto o calor de um anjo.
Ser pai é calçar a bota e sair para o trabalho apenas com o corpo,
É calçar chinelos trocados e sair do banho apressado com roupa virada.
É pensar vinte e quatro horas por dia,
No bem-estar da família...
É dar mamadeira, embalar, fazer dormir e banho tomar...
Ser pai é abraçar uma luta sem fim,
Educar sem limites a vida inteira;
É amar mais que a si...
É ser o centro de um mundo de grandes sonhos,
De muitas imaginações e infinitas descobertas...
Ser pai é ser cuidadoso na infância,
Zeloso na adolescência, preciso na juventude...
Companheiro, amigo e conselheiro,
É sentir-se taça, nas vitórias do filho...
Ser pai é ser um gigante nas dificuldades,
Chorar e não esmorecer;
Sentir-se forte, nas adversidades e mesmo nas tristezas,
Sobressair-se com sabedoria.
Ser pai é sentir a espada cravar no peito,
Acolher com carinho o sangue derramado e ainda ter o poder do perdão.
Ser pai é acolher o abandonado num plano seguro,
É criar com amor o adotado, num peito cheio de calor...
É dizer todo dia, muito obrigado, Meu Deus!
Por ter os olhos voltados ao teu amor.

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