sexta-feira, 8 de agosto de 2025




Devaneios sentimentais / Paulo de Vargas

Defumei sentimentos nos ares de uma nostalgia,
e velei esperança no silêncio da madrugada,
contei convidadas estrelas pra tristonha sesteada,
dei às mazelas do coração o direito de franquia,
deixando ao léu o rumo da minha rude poesia,
bebendo lágrimas salgadas da canção destoada.
Suspirei lamentos no jardim cinzento da lembrança,
vi muitos lampejos nostálgicos da mente iludida,
notei o chão se abrindo, não me dando mais a guarida,
e romper-se da inspiração a preciosa aliança,
sentindo-me, de novo, aquela abandonada criança,
fechando o meu conturbado caminho da minha vida.
Rezei lamentosos terços da conturbada vivência,
no certo juízo final dos meus diversos pensares,
separei o joio do trigo, mandando-os para os ares,
colocando um fim e dando à vida uma nova sequência,
levantei como uma fênix, dando asas à experiência,
sobrevoando outros e mais encantadores lares.
Inverno de 2025
PORTÃO- RS

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