Velando alguns pensamentos / Paulo de Vargas.
Hoje, morreram tantas coisas em mim...
ficaram dissipados pelos ventos,
o joio do trigo, o bom do ruim,
eu separei-os para eternidade,
não ficarão para minha saudade,
pois, era momento de dar um fim.
De querer ser só a preocupação,
ou, de viver para agradar alguém,
avançava o limite, ia muito além...
Esquecendo de mim nesta amplidão,
porém, quando percebi a minha ausência,
para viver sempre a outra existência,
que voltei de novo ao meu coração.
Fui velando tristes indiferenças,
na precisa e profunda reflexão,
do que quero pra mim na vastidão,
vi que dava para mim a sentença,
de não viver com a pura harmonia,
pois, tapava o belo sol do meu dia,
na cegueira da mais triste doença.
Na severa doença do ignorante,
de querer salvar todo o nosso mundo,
por não entender que cada segundo,
transformará numa hora radiante,
deixei de ser relógio, só ponteiro,
e, para o ser o meu próprio luzeiro,
apenas sendo mais um caminhante.
Cinzas impuras deixei pelos ares,
daquilo que só me contaminava,
nesse mesmo tempo, eu me perdoava,
por ter sido frágil, mas sem pesares,
pois, o bom eu, sempre retorna ao seu eu,
quem acredita em si não sendo ateu,
vive o seu lar sem viver outros lares.
Inverno de 2024
PORTÃO-RS
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