quinta-feira, 17 de julho de 2025

 


Velho MeninoSid Fontoura.


O carro vai vagarosamente,
na empoeirada estrada de chão,
rodeada por árvores,
grandes árvores,
árvores que muitas delas,
eu ví crescer.
Cobriu-me com sua sombra,
zelou meu sono,
outras, em sua grandiosidade,
seguravam meu balanço.

Meu Deus, quantas lembranças,
quanta saudade,
amigos, brincadeiras, sorrisos
alegria de ser criança,
e o carro diminui a velocidade,
a medida que a recordação aumenta.

Poxa, porque meus olhos insistem
em permitir que uma lágrima escorra,
pela face do velho menino.
E os varais,
onde os brancos lençóis,
bailavam a brisa do final de tarde,
agora estão vazios, solitários.

Meu velho triciclo,
agora coberto pela ferrugem
caído ao lado do velho chalé,
também castigado pelo tempo,
o desgastado banco de madeira,
mostram que nada é pra sempre,
nem a inocente felicidade e uma criança.

É o ciclo das coisas,
da vida,
onde nada é pra sempre,
só as lembranças.

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