sábado, 12 de julho de 2025



 InvernoCelso Ferruda.


Que inferno! diz o homem...
Gela e congela, sem pena.
- Não há estação mais terrível
Do que o inverno da sabedoria
Quando não se compreende
Que a vida é assim, todo dia:
Congela sentimentos,
Mata momentos, vê o imperfeito
Não deixa a paixão florir...
Há uma lanterna na humanidade,
Basta enxergar a sensibilidade!
Há sementes que necessitam do frio,
Gente fria, necessitando de calor,
Plantas que sofrem com o frio
Não produzem flores no inverno,
É na primavera que desponta a flor,
É quando o humano distribui amor
Que o inverno deixa de produzir frio.
Tente despir-te da essência da alma
E procure no teu ego a doce calma,
Verás quantos invernos inventas,
Quantos gelos ao entorno apresentas,
Quanto matas e quanto fazes viver...
Podes crer: o inverno não está na estação,
Está sim na vã vida que levas,
Na vã vida que procuras e na vida que ofertas...
Tente levar uma vida honesta,
Que até o pior inverno aquecerás,
Se tiveres coração de guardião.
Não é o peso da palavra e das mãos,
Mas é na qualidade do teu coração
Que o inverno aqueces ao teu irmão,
Floresces sua alma, acaricias e dás perdão,
Sentirás a chama da vida, aquecendo teu coração.
Não será mais inverno na estação,
Nem blasfemarás ao teu coração,
Quiseres apenas jardins em floração,
E outra estação para aquecer-te do mal.
Serás tu o calor do gelo derretido,
A mão que se estenderá até o sol,
O pão partido que se junta para matar a fome,
E o cálice da entrega do teu sangue
Para dar paz ao pai e ao filho com a luz do Espírito Santo.

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