GENTE / Liti Belinha
Tem gente demais, minha gente, tem
gente demais.
Tem gente nascendo.
Tem gente morrendo.
Tem gente amando.
Tem gente odiando.
Tem gente demais nas cidades.
Atropelam-se uns aos outros sem
felicidades.
Tem gente nas favelas.
Triste vida a delas.
Tem gente destruindo matas.
Tem gente matando animais.
Tem gente matando outra gente.
Tem gente nos oceanos estudando
outros anos.
Tem gente que só viaja de
avião.
Tem gente que vive em galpão.
Tem gente no espaço em busca de
espaço.
Tem gente que ama máquinas.
Tem gente que morre pelas
máquinas.
Por doença não morre o vivente.
Morre por acidente.
Para onde vai toda esta semente,
minha gente, toda esta gente?
(Poema de Liti Belinha - Natal -
2024)